sexta-feira, 28 de janeiro de 2011


Ela se cansou de tentar substituir aquela dor, aquela falta, preencher aquele buraco com a primeira coisa que ela via pela frente, no caso, o primeiro alguém. Tentar substituir um amor de uma vida por um de uma noite, tentar plantar uma flor em solo onde já não nascia nada. Não tinha fim, mas tinha fases. A decepção, a dor, a saudade e a solidão sempre faziam companhia nos dias mais frios de inverno, a neve caia.
Os dias passavam, mas para ela era como se o régio do mundo tivesse acabado a pilha, não dava para ver o tempo passar, parecia uma rotina maçante. Uma rotina igual, que nunca acabava. Era a rotina da saudade. Rotina do medo. Rotina da solidão.
Voltar todas as noites aos mesmos lugares, aos mesmos sonhos, as mesmas cenas, “era o erro certo para acertar uma vida errada”, não era isso que eles queriam e esperavam por tanto tempo? Mas isso não era o que eles haviam planejado. Ela queria voltar no tempo, queria poder pedir desculpas, perdão. Poder mudar tudo.
Mas ela não poderia. Ela não pode. Tudo mudou, as pessoas mudaram, os anos se passaram, mas uma coisa não mudou: o sentimento dentro do seu coração, e com ele um “combo” de lagrimas, angustia, noites mal dormidas. Era a rotina.
Ela sonhava com aquele dia, o dia em que tudo tinha começado. Todo o pesadelo de dor, onde o inicio teve seu fim.
Mas ela não podia fazer nada. Única coisa que podia era se lembrar, recordar, e vê-lo feliz. A angustia e a dor batiam em seu peito a cada palavra dele, a cada sorriso dele. Como ele não vê? Ela se perguntava. Como ele não percebe que dentro dela ainda existe aquele sentimento? Ela era o cupido em pele humana. Ela era um anjo, um fantasma, uma amiga, mas não era a mesma.  Ela não podia fazer nada para mudar isso, não podia falar, não podia se expressar, ela só podia fingir, e estava disposta a passar sua vida fingindo, se fosse por uma única coisa:
Vê-lo feliz, mais uma vez.

Nenhum comentário: