quarta-feira, 14 de julho de 2010

E se a saudade?


E se a saudade trouxer tudo que foi esquecido a tona? E se a saudade revirar o baú das recordações e juntar todas em uma caixa de presente, com um lindo laço azul e lhe enviar? Pela manha você esperaria o carteiro, ele entregaria seu lindo presente, você abriria com um sorriso no rosto, porém esse sorriso iria logo embora, por tudo que você desejou, e esqueceu, em frações de segundos, se transformou em verdade, pensamento.
Você ficaria com aquilo na cabeça, lembraria de tudo, todos os dias felizes, as risadas, as brigas, os carinhos, os sorrisos, mas seu coração suplica, implora para esquecer. Mas sua mente involuntariamente recorda dos mínimos detalhes.
Mas a dor é mais forte e no final do dia, a batalha entre as lembranças e o esquecimento acaba. A lembrança permanece, a dor, inevitável.
Mas os dias vão passando, e aos poucos o esquecimento vai tomando conta vai tirando cada parte dessas recordações, você lembra outras, lembra o que falou ontem, lembra da prova de segunda, do jantar. Simplesmente lembrar o que é para ser lembrado.
A dor, porém, continua, não com tanta intensidade mas com cara de recordação, aquela dor que só é sentida quando é lembrada.
Mas você ainda lembra. E sente.
As vezes é melhor sofrer a que não sentir nada.

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