domingo, 9 de janeiro de 2011

Era como se ele me pedisse para parar de respirar.
Simples assim, era como se eu estivesse parando mesmo de respirar.
Não ia dar certo aqui, o tempo iria passar, não nos veríamos mais, o sorriso dele ficaria por anos em minha cabeça, sem ao menos vontade de esquecê-lo eu cairia em depressão.
Seria fácil assim, para ele parecia algo fácil de se fazer, parecia que éramos obrigados a jogar anos de amor um ao outro por aquela briga boba.
As palavras dele me cortavam o coração, pareciam facas me perfurando por dentro, era o nosso fim, por tudo aquilo, por toda aquela briguinha sem nexo, por nosso medo de não nos completarmos. Era o fim
A cada olhada no relógio a madrugada ia chegando, ele não tentaria me ligar, ou mesmo falar comigo, e-mail, nada. Eu muito menos, nosso ego, esse também nos sufocava, e com ele as brigas, ciúmes e tudo mais.
Já era tarde, meus olhos pesados de tanto chorar doíam muito, tinha que desligar o computador e ir dormir, ele não voltaria atrás.
Vou me deitar, sem forçar pra pensar, pra tentar fazer algo, o fim foi inevitável, era o que ele queria, quando um não quer dois não fazem, sabe aquela frase? Então.
Mas o telefone toca, eu desesperada sai à procura dele pela casa, quando me deparo com aquele número, era ele!
Não era possível, será que ele teria mais alguma coisa pra jogar na minha cara? Mais alguma coisa pra criticar e falar que não valeu?
Mas com aquela voz sonolenta atendi ao telefone:
Alô.
Eu te amo.
Que? Você esta brincando comigo, quer o que? Quer fazer piadinha agora? Vai dormir vai Vitor e me esquece, não era isso que você queria, queria me esquecer, que será melhor pros dois e tal? Bom, então adeus!
Não!! Não Taty, por favor, só me escuta.
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Eu errei, não consigo viver sem você, não da, nem por minutos me vejo sem você, sem te chamar de minha, de meu amor, me perdoa por tudo, eu estava louco ao falar tudo aquilo.
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Não sabia o que responder, não tinha como eu responder, ele me amava mesmo? Era ele?
Eu não sabia, só sabia que independente de tudo, eu ainda o amava, com todas as forças possíveis e impossíveis, eu ainda o amava, e se era pra ser assim, minhas lagrimas e o silencio tinham valido algo.
Ele desligara o telefone, acho que pensou que não queria mais nada, entrei em desespero.
Mais um toque no celular.
Vai desligar mesmo Taty? Eu te amo poxa, me escuta, me perdoa.
Eu te perdoou, me desculpa não tinha como eu responder.
Só me diz que a gente vai voltar. Quero minha vida outra vez.
Mas você tem uma vida.
Não, se você falar que não quer voltar eu não vou ter mais minha vida, minha vida é você amor.

Como resistir a algo que você mais ama? Principalmente quando você tem certeza de ser seu? Não da, ele estava certo, ele não tinha mais a vida dele, e eu também não, sentia um vazio tomar conta de mim em poucos minutos antes da ligação. E a saudade e a dor já batiam minha porta, mas o amor não deixou, ele havia construído uma ponte entre nós dois, uma ponte forte, que talvez quem sabe,  nos levasse para nosso pequeno paraíso, ao nosso felizes para sempre, ou melhor a nossa pequena parte da eternidade.
E eu, após muito tempo no telefone, falando, demonstrando amor, rindo, me despedi, mas não como algo ruim, me despedi por que o sono já batia, falei o que eu mais amava falar para ele - “te amo” – e fui me deitar, sussurrando baixinho, ou melhor recitando baixinho o poema : “que seja eterno enquanto dure, e que dure para sempre”.




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